em tempos (...)

(...) os meus olhos involuntáriamente procuravam quase por instinto próprio o teu rosto , quando encontravam os traços perfeitos que contornavam os teus olhos cor de mel , o meu coração batia , mais do que tinha batido em qualquer outra situação. já vinha de muito , eu sabia-o , tu sabias-o . cada vez mais eu sentia que estava ligada a ti duma maneira forte , que ainda não consigo entender . tive medo , fui fraca , fui deixando a minha cabeça controlar os meus movimentos , em vez de deixar o coração mostrar aquilo que sentia . passou tempo , as coisas mudaram um pouco , deixei de gostar da forma como gostava de ti , passas-te a ser algo essencial na minha vida , mas não como alguém que eu desejava , mas como alguém que necessitava , como água ou sol . irmão . confiei-te a minha vida , os meus medos , as minha algrias , os meus receios , aquilo que me fazia feliz e aquilo que me deixava mal , contei-te o meu passado e aquilo que pretendia do meu futuro . na verdade não eras aquilo que eu pensava seres , demostras-te não só a mim , mas também a todos que gostavam de ti , que não merecias em nada aquilo que faziam por ti , de todas as vezes que te protegi , que te ouvi , que te acalmei , que podes-te chorar e rir nos meus braços , que te apoei , de todas as vezes que te chamei de 'melhor amigo' , não foram totalmente merecidas . porque não encontrarás ninguem que gostasse de ti , da maneira que eu gostava . demostras-te depois de quase um ano juntos a tua verdadeira pessoa . chorei . sofri . pedi que nada disto fosse verdade . olhei para todo o nosso passado e não consegui ver no teu sorriso e no reflexo dos teus olhos a pessoa em que te tornas-te . não eras assim , costumavas sorrir por tudo e por nada , costumavas ser leal e fiel para com tudo e todos , costumavas prometer que seria sempre assim . não vou dizer que não tenho saudades , porque elas acompanham todo o meu dia a dia . não vou dizer que queria voltar atrás , porque na verdade não o voltaria a fazer se mo permitissem , não voltaria a sofrer por alguém a quem designei em tempos , de irmão .

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